A união com o Querer Divino leva a alma ao esquecimento de si mesma e à contemplação de Deus

Começo este artigo com mais um belíssimo trecho dos colóquios de Jesus à Serva de Deus Luísa Piccarreta (2 de setembro de 1912): “Minha filha, se as almas soubessem o quanto certas reflexões sobre si são nocivas! Estas curvam e inferiorizam as almas, fazendo com que mantenham seus rostos voltados para o seu interior. Quanto mais olham para si mesmas, mais humanas se tornam; quanto mais elas pensam, mais sentem suas misérias e se tornam infelizes. Mas se elas pensam somente em Mim, em Me amar e serem totalmente abandonadas em Mim, suas almas se fortalecem, e mantendo seu olhar em Mim, se elevam e crescem. Quanto mais olham para Mim, mais divinas se tornam; quanto mais meditam sobre Mim, mais ricas, fortes e corajosas se sentem. A união com o Querer Divino leva a alma ao esquecimento de si mesma e à contemplação de Deus.”

Algo mais a acrescentar a estas palavras? Poderíamos somente silenciar e refletir profundamente sobre elas e pedir ao próprio Jesus a graça de vivenciá-las.

“Quanto mais meditam sobre Mim…”, diz Ele. A meditação é sobretudo uma busca, afirma o Catecismo da Igreja Católica (2705). E sobre o que temos meditado? O que temos buscado? Se é que o temos feito. Muitas vezes, nas preocupações e agitações cotidianas, não fazemos nem uma coisa nem outra. Com tanto a ser pensado, realizado, resolvido (à nossa maneira), não encontramos tempo oportuno para buscar quem realmente pode, e quer, nos ajudar. “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária” (Lc10,42). É o que Jesus, certamente, diz também a nós, pronunciando os nossos nomes.

Nos encolhemos em nós mesmos, tentando fazer tudo sozinhos, enquanto Jesus espera que o chamemos e digamos que queremos que Ele nos oriente e faça tudo junto a nós. “Eu sou como um mestre que tendo dado o tema a um aluno seu, está ao lado dele para ver o que faz seu discípulo, e o aluno não sabendo fazer bem se zanga, se cansa, se perturba, talvez chora, mas não diz: ‘Mestre, me ensina como devo fazer isto’ (Vol. 11 -20 de agosto de 1912).

Meditemos, olhemos mais para Jesus que nos leva à contemplação de Deus. Quanto mais o fizermos, mais unidos estaremos a Ele, que tanto mais se revelará a nós; mais “de lado” vão ficar as nossas misérias. Quanto mais unidos a Deus nos dispusermos a estar, mais nos transformaremos e mais nos reconheceremos n´Ele, assumindo, por graça, a nossa real imagem e semelhança, a do nosso Criador.

Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus

 

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