Há seis anos, no dia 22 de julho, era lançado pela Associação do Senhor Jesus o livro “As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, em português. Que dia feliz aquele a partir do qual seria possível aos falantes da língua portuguesa ter acesso a este livro “que deve ser lido de joelhos”, como afirmou o Papa São Pio X.
Mas por qual motivo teria feito este santo tal afirmação?
A resposta pode ser encontrada nas palavras de outro santo, Aníbal Maria Di Francia, responsável por apresentar o livro ao Papa no ano de 1910: “Quem lê estes escritos não pode deixar de ficar apaixonado pela vontade de Deus”. Isto porque estes escritos são as palavras do próprio Jesus ditadas por Ele à Luísa Piccarreta, hoje serva de Deus. Palavras dirigidas por Ele ao Pai, durante as suas últimas horas na terra, no momento no qual estava contido não só a Sua Paixão, mas toda a sua vida.
Nestas orações reparadoras, em cada uma delas, Jesus demonstra Seu amor pelo Pai e por nós, se põe entre nós e Deus, e Se oferece a Ele como reparação por nossas ofensas. Ao percorrer estas benditas Horas um questionamento fazemos: “Jesus, é possível que nos ame tanto assim?” E sentimos brotar em nós, pela ação do Espírito Santo, um profundo desejo de amar a Jesus, fazermos companhia a Ele em Suas dores, aliviá-Lo, nos juntarmos a Ele nessa oferta de amor ao Pai e corresponder a tão imensurável amor.
Fazemos ainda companhia à Mãe Dolorosa, nossa Mãe que, entregando Seu Filho, abençoa-O, sabendo que dentre em pouco estaria Ele pregado na cruz. “Cruz santa”, diz Ela, “cruel, mas santa” e pede: “Pelas dores que Jesus sofreu sobre ti, alcança graça e força para as almas que sofrem, a fim de que nenhuma delas se perca por causa de tribulações e cruzes. As almas custam-me muito; custam-me a vida de um Filho Deus, e eu, como corredentora e Mãe, uno-as a ti, ó cruz!” (24ª Hora). E no seu sim, no seu “Fiat”, a amabilíssima Mãe de Jesus cumpre a Vontade de Deus acerca da nossa salvação. Mãe e Filho, em perfeita união ao Pai e ao Espírito Santo, nos garantem a Vida. Com Maria, aprendemos nestas meditações a como amar a Deus sobre todas as coisas.
E o consolo e companhia que fazemos a Jesus e Maria nestas Horas, nos asseguram que seremos assistidos na vida e também no momento de nossa morte, quando Ela nos colocará a seu lado, purificará a nossa alma, a cobrirá com o sangue de Jesus e a revestirá com os méritos Dele; nos embelezará e nos curará com suas próprias dores e as obras de Jesus, e fará desaparecer os nossos pecados, concedendo-nos o perdão total. E assim, nos receberá nos braços e nos abrigará sob o manto, escondendo-nos do olhar do inimigo, levando-nos rapidamente ao Céu e depositando-nos nos braços de Jesus (c.f 24ª Hora).
Com estas Horas, somos introduzidos no Coração de Jesus, onde encontra-se toda a Sua Vontade, fonte de todo o Seu Amor e de toda a Sua Misericórdia.
Como não nos sentirmos impelidos a conhecer e a experimentar a meditação destas Horas que podem ser chamadas “prática de amor”?
Ah! Louvado seja Deus por dispor desta alma vítima, Luísa Piccarreta, “la santa”, como é conhecida na Itália, para fazer chegar até nós o decreto do Seu amor: que os homens vivam na Sua vontade. Jesus a escolheu, preparou-lhe e deu-lhe o título de “A pequena Filha da Divina Vontade”, e fez dela a depositária. Louvado seja Deus também por Santo Aníbal, a quem Jesus deu a missão de, como representante da Santa Igreja, estar ao lado de Luísa, e de tornar conhecido este livro por ele revisado e este fosse espalhado para o mundo inteiro.
Jesus disse a Luísa que Santo Aníbal, mesmo do Céu, estaria sempre à frente, cuidando dos escritos de Luísa.
Quem pode dizer quantas reparações, quantas conversões e quanta santificação, quantas almas saídas do Purgatório, quantos benefícios para toda a humanidade vindos destas Horas?
Agradecemos a Deus por este santo livro, impresso pela primeira vez em 1915, (mas que desde toda a eternidade estava nos desígnios de Deus), e atravessou o século, produzindo frutos divinos e eternos de acordo com a Santíssima Vontade de Deus.
Texto por: Eliane Donaire