São João Paulo II, em sua Encíclica ECCLESIA DE EUCHARISTIA, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja, apresenta-nos Maria como o primeiro “sacrário” da história, por ter em seu ventre o Verbo encarnado. Maria, ao se pôr a serviço na visita a sua prima, Isabel imediatamente adora Jesus naquele sacrário, o ventre de Maria.
O belíssimo documento da Igreja, escrito por este santo que experimentou a entrega total a Maria, nos indaga: Maria “não é porventura o modelo inatingível de amor a que se devem inspirar todas as nossas comunhões eucarísticas?”, recordando esta Mãe que, extasiada, contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e o segurava em seus braços.
O Papa afirmou ali que há uma profunda relação entre o “Fiat”, o “Faça-se”, pronunciado por Maria ao anúncio do Anjo, e o amém que cada fiel pronuncia quando recebe o corpo do Senhor, nesse ato no qual a fé deve nos levar a crer que aquele mesmo Jesus, Filho de Deus e de Maria, se torna presente no pão e no vinho, com todo o seu ser humano-divino.
E no precioso documento, São João Paulo II ainda nos leva à beleza da seguinte reflexão: Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos lábios de Pedro, João, Tiago e restantes apóstolos as palavras da Última Ceia: “Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós” (Lc 22, 19). Aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre! Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d’Ela e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto da Cruz.”
E nós, ao comungarmos, ao recebermos Jesus, não devemos nos tornar também um sacrário? Não devemos transformar-nos naquele que comungamos, fazendo irradiar a sua luz através dos olhos, das ações, da vida, como fez Maria? “Ó Jesus, acaso não é esta a Tua intenção, ao ficares prisioneiro na Hóstia para seres posto em liberdade pelas almas que Te recebem, adquirindo vida nelas?” (As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo).
Que Maria, Mãe de Deus e nossa, nos ensine a reconhecer, adorar e amar o Cristo Vivo, na manjedoura e em cada comunhão, e a pedir que a vontade de Deus se cumpra em nós, e em todas as almas, e seja feita assim na terra como no céu.