Neste mês de maio voltamos o nosso olhar de maneira especial à Mãe de Deus e nossa, Maria Santíssima. Porém, iniciamos o mês com a celebração de São José Operário, pai e esposo, trabalhador, mantenedor da Sagrada Família. Que ofício maravilhoso lhe foi confiado por Deus! Assim, pensemos sobre a pequena casa de Nazaré, onde vigorava o Reino da Divina Vontade. Ali, onde o trabalho, cada pequeno ato era animado pelo Querer Supremo e formado sobre a solidez da santidade e do puro amor. Jesus recebia, daqueles que foram escolhidos e preparados para serem seus pais, o cuidado e os ensinamentos que sua humanidade precisava. Aprendeu de José o ofício da carpintaria, mas não só. Jesus, embora sendo fonte de todas as virtudes, certamente olhava para este seu pai com admiração; admirava-o e reconhecia nele a graça e a santidade depositadas em José por sua abertura ao plano de Deus, à Vontade Divina.
A Casa de Nazaré era uma santa habitação, onde o humano e o divino se relacionavam; podia ser chamado, por isso, de paraíso. Existiu para acolher, abrigar, proteger e formar Jesus; existiu para ser, para toda a posteridade, o reflexo do Reino de Deus na terra. Aquilo que viviam Jesus, Maria e José naquela humilde e, ao mesmo tempo, rica casa de Nazaré, é o que Deus deseja que vivamos também nós.
“O lar é um lugar apropriado para a educação das virtudes, a qual requer a aprendizagem da abnegação, de sãos critérios, do autodomínio, condições da verdadeira liberdade” (CIC 2223). A nossa casa deve ser também o nosso “santuário”, o local onde aprendemos e vivemos as santas virtudes, com os desafios todos que se apresentam no tempo presente; desafios, afinal, não faltaram também à Sagrada Família.
Mas como será possível? Eles eram santos, podemos argumentar. De fato! Santos para que aprendêssemos deles… E acaso não é esta a nossa vocação, a santidade? Lares santos, com indivíduos santos, casais santos, de onde surgirão filhos santos; a santidade vivida no ordinário, no cotidiano de nossos dias. “A paternidade divina é a fonte da paternidade humana” (Cf. Ef 3, 15.) “Os pais educarão os seus filhos no cumprimento da lei de Deus, na medida em que eles próprios se mostrarem obedientes à vontade do Pai dos céus” (CIC 2222).
Devemos ter renovado em nós a fé, a certeza cristã de que isso é possível, a começar em mim e em você. É graça que Deus mesmo nos concede.
Sobre isso, que belo Jesus disse à serva de Deus Luísa Piccarreta: “Minha filha, certamente que o Reino da minha Divina Vontade já existiu na terra… Nossa casa de Nazaré era Seu verdadeiro Reino… Você deve saber que cada criatura é um reino…Agora, a fim de formar o grande Reino de Nossa Vontade sobre a terra, faremos primeiro as muitas casinhas de Nazaré – isto é, as almas que vão querer conhecê-La, para fazê-la reinar nelas… Para termos Nossas maiores obras, Nosso modo de agir é começar, primeiro sozinho, um a um com uma única criatura; quando Nós a tivermos formado, faremos dela um canal para encerrar em Nossa obra mais duas ou três criaturas; depois nós expandimos, formando um pequeno núcleo… Nossas obras começam no isolamento de Deus e a alma, e terminam por continuar a sua vida em meio a povos inteiros.” (Dos escritos da Serva de Deus Luísa Piccarreta , 31 de maio de 1931.)
Creiamos! A Sagrada Família de Nazaré interceda por nós para que aceitemos “o convite para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a sua maneira de viver: ‘Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus, é que é meu irmão e minha irmã e minha mãe’” (Mt 12, 50).
Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus