Confiar na bondade de Deus…

Um chamado de fé a todos os fiéis que seguem Cristo Jesus em busca da santidade de vida

Somos chamados a confiar em Deus e em sua bondade | Foto: FreePik

“Tentado pelo Diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança no seu Criador (Cf Gn 3, 1-11). Nisso consistiu o primeiro pecado do homem (Cf. Rm 5, 19). “Daí em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade.” (CIC 397; 398).

Falta de confiança… Então, de acordo com o Catecismo se trata de confiança, mais precisamente, a falta dela. Como filhos de Adão e Eva, todos herdamos um problema em confiar. Temos a tendência a desconfiar de Deus, e este é um dos graves efeitos do pecado original (e que tanto ofende a Deus).

E a Escritura faz referência à consequência desta esta primeira desobediência:

“Adão e Eva perdem imediatamente a graça da santidade original” (Cf. Rm 3, 23).

E o que segue, de um jeito ou outro, se aplica a nós todos:

“e passam a ter medo de Deus” (Cf. Gn 3, 9-10) de quem se fizeram uma falsa imagem… Que trágica consequência!

 

Nós duvidamos da bondade de Deus

Representação de Adão e Eva | Arte: site Vocação de Jesus

E o que se tornou distorcido nessa imagem de Deus? Sua bondade. Nós duvidamos da bondade de Deus. E quando não acreditamos totalmente que Deus é bom, não confiamos totalmente nele – e aí está o problema. Por quê? Porque, de novo, como ensina o Catecismo o pecado envolve a falta de confiança na bondade de Deus.

Contudo, somos herdeiros de nosso pai na fé: Abrãao. Ele acreditou na promessa de Deus, ao ponto de

“esperar contra toda esperança” (Rom 4,18) e acreditar que  “Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos” (Heb 11, 17-19).

Abraão, ao contrário de Eva, recusou-se a ceder à tentação de pensar que Deus é um enganador, que Deus não mantém suas promessas, pensar que Deus não é bom.

 

Maria é o nosso modelo de fé

Nossa Senhora, modelo supremo de fé | Arte: Rede Século 21

E ao contrário da descrença de Eva, temos o modelo supremo de fé: Maria, aquela que melhor nos mostrou o que significa acreditar em Deus. “Bem-Aventurada és tu que creste, pois se há de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lc 1,45). Por quê? Porque essas palavras revelam o segredo da fé de Maria: Ela acreditou que o que lhe foi dito por parte do Senhor durante a Anunciação se cumpriria. Então, a fé de Maria pode ser comparada à de Abraão, como aponta São João Paulo II na Carta Encíclica “A Mãe do Redentor”.

Como Abraão “acreditou contra toda esperança” que se tornaria o pai de muitas nações, assim Maria, na Anunciação, tendo professado sua virgindade, acreditou que por meio do poder do Altíssimo, pelo poder do Espírito Santo, se tornaria a Mãe de Deus.

Então, se quisermos entender o mistério de Maria, devemos refletir sobre o fato de que Ela acreditou na Palavra de Deus, mesmo quando parecia impossível. Ela esperou contra toda esperança, acreditou que, como o anjo havia dito: “com Deus nada é impossível!”, e pronunciou o seu “Fiat”, o seu “Faça-se”. Acreditemos, pois, em nosso amável Deus e em sua inenarrável bondade. Em todas as situações, inclusive nas que pareçam mais adversas, pronunciemos o nosso “Fiat”, e digamos: “Sim, Senhor, eu creio, eu confio!”, e o façamos com toda a nossa força, de todo nosso coração, com toda nossa inteligência e vontade. Peçamos essa graça, para sermos um triunfo do Amor de Deus por nós.

 

Por Eliane Donaire