Papa Pio X foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII | Imagem: Wikimedia

 

Neste artigo, faremos especial memória a um santo celebrado em 21 de agosto e que tem um papel importante na publicação do livro “As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, da serva de Deus Luísa Piccarreta. Batizado com o nome de José Melquior Sarto, São Pio X nasceu no dia 2 de junho de 1835, em um vilarejo na região de Riese, pertencente à diocese de Treviso, ao norte da Itália. De família humilde, desde pequeno, José mostrou ter uma inteligência brilhante, motivo pelo qual seus pais optaram por fazer um enorme esforço para que o menino conseguisse estudar. Desde criança, José já dizia que queria ser padre e, quando se preparava para ingressar no seminário, seu pai faleceu. Por esse motivo, José quis deixar os estudos para ajudar em casa; sua mãe, porém, cheia de fé e coragem, não permitiu.

José Melquior Sarto foi ordenado sacerdote em 1858, aos vinte e três anos. Por causa de sua inteligência, vida de oração, humildade e carisma, viveu uma ascensão rápida na Igreja: de vice vigário em um vilarejo à sua eleição como Papa, em 1903.

Tendo escolhido como lema papal “Restaurar todas as coisas em Cristo”, Pio X era sempre modesto, mesmo quando milagres eram realizados através dele. Foi o que aconteceu durante uma audiência pública, quando um participante mostrou a ele o braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorridente, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado.

De caráter amável e bondoso, Pio X era também espirituoso. Quando alguém o chamava de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em referência ao seu sobrenome de família.

De paternal solicitude, o Papa São Pio X não dispensava as oportunidades que o Senhor lhe permitia para demonstrar seu afeto, caridade e generosidade a quem necessitasse.

Bem o pôde dizer outro santo, ainda padre à época: Aníbal Maria Di Francia, quando em 1910, após o terremoto que assolou a cidade de Messina, na Itália, local onde Aníbal mantinha suas obras, o Santo Padre Pio X destinou verba pessoal para a reconstrução do que havia sido perdido. Pio X tinha estima e admirava o padre Aníbal por sua dedicação e cuidado aos órfãos. Certamente foi esta admiração que fez também com que o Santo Padre recebesse pe. Aníbal diversas vezes em audiências privadas.

Em uma delas, no último ano de Pio X como sucessor de Pedro, em 1914, pe. Aníbal levou ao Santo Padre o importantíssimo livro “As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, escrito por Luísa Piccarreta (1865-1947) – relatos do próprio Jesus a esta Serva de Deus.

Várias testemunhas relataram que um dia o padre Aníbal, revisor eclesiástico dos escritos de Luísa, foi à casa dela mais contente do que nunca, e disse que tinha levado o referido livro ao Pontífice. Padre Aníbal relatou que enquanto lia para o Santo Padre uma das Horas da Paixão (a da Crucificação), foi interrompido pelo Papa que disse: “Assim não, padre. Este livro deve ser lido de joelhos; é Jesus quem fala.”

Em um ato providencial da Suprema Vontade, a frase encorajadora do Papa Pio X levou o padre Aníbal a, pessoalmente, publicar as quatro primeiras edições de “As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1915, 1916, 1917, 1921, todas com o Nihil Obstat e o Imprimatur).

Foi também o Santo Papa Pio X quem, em 1907, permitiu à Serva de Deus Luísa Piccarreta um privilégio já concedido anteriormente a ela pelo Papa Leão XIII, que a missa pudesse ser celebrada, diariamente, em sua casa (Luísa Piccarreta viveu 62 anos sentada em sua cama, alimentando-se somente da Eucaristia).

Papa Pio X foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII. Seu pontificado durou 11 anos, de 1903 a 1914, e pode ser considerado um dos mais fecundos de toda a História da Igreja.

*Nota: A Diocese de Campinas, da qual faz parte a cidade de Valinhos, onde está localizada a sede da Associação do Senhor Jesus e Rede Século 21, foi criada por ordem do Papa Pio X ocorrida a 7 de junho de 1908.

São Pio X, rogai por nós!

(Fonte: Site Divina Vontade – www.divinavontade.com / Livro “O Papa que eu conheci de perto”, Cardeal Rafael Merry Del Val)

 

Este artigo foi publicado na Revista Brasil Cristão, edição de Agosto/2024